Tenho saudade dos dentes levemente amarelados nas telas do cinema dos anos 90.
Da textura da pele sem filtro, da assimetria do rosto, daquele nariz que desce um pouco quando a gente sorri.
(Aliás, o meu continua assim até hoje.)
Não é exatamente que eu ache isso mais bonito.
É que, naquela época, a beleza parecia mais leve. Mais possível.
Hoje, vivemos cercadas por imagens que nos cobram uma perfeição que não existe.
E isso não se resume à estética: é um padrão de vida idealizada que nos esgota.
Estamos ficando ansiosas, frustradas, doentes.
Sou totalmente a favor de tudo que eleva a autoestima: skincare, procedimentos, maquiagem.
Mas não quando tudo isso vira um caminho para se encaixar e não para se expressar.
Sim, sou heavy user de maquiagem.
Seria hipocrisia negar que esse universo também contribui para essa bolha do inalcançável.
Mas então vem a pergunta essencial:
Afinal, pra que serve a maquiagem?
Desde o início da civilização, ela está presente como ferramenta de expressão e valorização da beleza.
E, dentro desse universo infinito de cores e texturas, não existem regras, apenas possibilidades.
E é aqui que a Eternal entra.
Pra lembrar que beleza real não tem molde.
Que o tempo de cada uma importa.
Que o humor do dia também vale.
Que sair com um balm nos lábios e o cabelo molhado não te faz menos linda.
Que está tudo bem estar impecável na sexta e exausta no domingo.
A maquiagem pode ser sua aliada para se sentir bem, nunca uma cobrança para se parecer com outra pessoa.
Sabe aquele padrão?
Unhas feitas. Cabelo escovado. Maquiagem impecável. Corpo desenhado. Rosto simétrico?
Relaxa. Está tudo bem sair com cara de quem não correu 10 km nem tomou seu suco detox.
Tem dias em que você vai se sentir uma princesa.
Em outros, vai se sentir destruída.
E está tudo certo.
Celebre também seus dias imperfeitos.
A beleza real precisa ser normalizada.
E celebrada.
Ela também está presente nos dias de cansaço, silêncio e vulnerabilidade.
Você não precisa estar no seu melhor para ser linda.